Máscara funerária do faraó egípcio Amenófis I (Foto: S. Saleem and Z. Hawass)
Tecnologia revela restos do faraó Amenófis I pela 1ª vez em 3 mil anos
- REDAÇÃO GALILEU
Com tomografia computadorizada, cientistas "desembrulharam" a múmia do governante da 18ª Dinastia e descobriram que seus restos foram alvo de ladrões de túmulos
O esqueleto do faraó Amenófis I por trás da máscara funerária (Foto: S. Saleem and Z. Nuwass)
Muito bem embrulhada, decorada com guirlandas de flores e revestida por uma máscara funerária, a múmia do faraó Amenófis I permanece intocada há três milênios. Para não danificar seu invólucro, cientistas resolveram “desembrulhá-la” digitalmente. Os resultados foram publicados nesta terça-feira (28) no jornal Frontiers in Medicine.
Os pesquisadores usaram tomografia computadorizada tridimensional para estudar os restos mortais de Amenófis I sem violá-los. A última vez que a múmia foi aberta foi no século 11 a.C, quando sacerdotes da 21ª Dinastia egípcia restauraram múmias de períodos anteriores para reparar danos causados por saqueadores de túmulos.
Segundo Sahar Saleem, os restos de Amenófis I, faraó da 18ª Dinastia que faleceu no início do século 16 a.C., foram um dos alvos de roubos na época, e o esqueleto chegou a ser tratado e enterrado duas vezes após sua morte.
"Mostramos que Amenófis I tinha aproximadamente 35 anos quando morreu. Ele tinha cerca de 169 centímetros de altura, era circuncidado e tinha bons dentes. Dentro de seu invólucro, ele usava 30 amuletos e um cinto dourado exclusivo com contas de ouro”, conta Saleem, em comunicado.
O faraó egípcio traz sinais de ter tido aparência física similar a de seu pai, Taá II, com um queixo estreito, um nariz pequeno e estreito, cabelo encaracolado e dentes superiores ligeiramente protuberantes, de acordo com o especialista.
Ele afirma ainda que não havia nenhum ferimento ou desfiguração devido à uma doença que possa ter matado o governante. O faraó tinha, porém, numerosas mutilações, presumivelmente feitas pelos ladrões de túmulos após seu primeiro enterro. “Suas entranhas foram removidas pelos primeiros mumificadores, mas não seu cérebro ou coração”, acrescenta o professor.
Assim como Zahi Hawass, coautor da pesquisa, Saleem acreditava antes que os restauradores de múmia do século 11 a.C. queriam reutilizar os itens do enterro de Amenófis I para futuros faraós que morressem. Contudo, essa teoria foi refutada pelo novo estudo, que diz que, no caso do faraó, seus restos foram restaurados pelos sacerdotes da 21ª Dinastia.
Para chegar à essa conclusão, os cientistas estudaram mais de 40 múmias reais do Novo Reino, como parte de um projeto do Ministério da Antiguidade Egípcia lançado em 2005. Originalmente descoberta em 1881, a múmia de Amenófis I foi transferida em abril de 2021 para um museu no Cairo, onde está armazenada junto de outras 21 múmias reais.
Fonte:https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Arqueologia/noticia/2021/12/tecnologia-revela-restos-do-farao-amenofis-i-pela-1-vez-em-3-mil-anos.html
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