RAMSÉS II , O GRANDE FARAÓ


Ramsés II

Foi o terceiro rei da XIX dinastia do Egito, sucessor de Sétis I. Governou no século XIII (1279-13 a. C.) e teve o segundo maior reinado da 
História do Egito. Ramsés II é lembrado pelas monumentaisconstruções espalhadas por todo o Egito em sua honra. Coube a este faraó disputar a Síria aos Hititas num longo conflito (1295/1279) que culminou num acordo egípcio-hitita. Desta luta destaca-se abatalha de Cadés, quando os Hititas tentaram ocupar o Egito. O tratado de 1279 foi gravado nas paredes do templo de Ámon em Carnac e no de Ramesseum em Tebas. A segunda metade do seureinado foi mais pacífica e dedicada às grandes construções em Abidos, Carnac e Tanis que fez capital do Império. Restaurou muitos dos templos do vale do Nilo como o Speos de Ibsambul, na Nubia, oRamesseum de Tebas e metade do templo de Luxor, mas mandou apagar os nomes dos seus predecessores para os substituir pelo seu.



Fonte:

Ramsés II. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 2014-09-26].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$ramses-ii>




Ramsés  foi um dos maiores faraós que o Egito já teve. Governou por quase 67 anos, talvez nenhum faraó tenha governado tanto. Foi um grande construtor e um grande lutador. Ficou famoso por causa da grande batalha de Kadesh.


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Mural egípcio sobre a vitória na batalha de Kadesh, a qual não foi de fato uma vitória como expressa a gravura de Ramsés segurando os hititas pelos cabelos. Na verdade, a batalha terminou num empate.

O soberano egípcio queria tomar posse de terra que pertencia aos Hititas, chamada Kadesh, pela qual passavam as rotas mercantis para o Oriente. Para isso, liderou um exército enorme visando conquistá-la.  Essa região na Síria, desde do faraó monoteísta Akhenaton, sofria com as tomadas de posse dos hititas e as retomadas dos egípcios.    
     Ramsés,  ao completar 10 anos de idade, foi nomeado como comandante-chefe dos exércitos do seu pai, Set I, e aos 14 anos o jovem príncipe recebeu permissão para participar ao lado do faraó Set de combates na Líbia.  Os dois conseguiram tomar a cidade hitita de Kadesh por um breve período, mas os inimigos a recuperaram logo que retornaram ao Egito. Antes da morte do seu pai, Ramsés, o novo faraó,  jurou retomar Kadesh.

No quinto ano de seu reinado, Ramsés decidiu reconquistar a estratégica cidade hitita à frente de um exército de 20 mil homens, dividido em quatro partes, cada um com um nome de um deus, Amon, Rá, Ptah e Seth. Durante a batalha, o soberano se adiantou na frente de seu exército e levou a divisão de Amon. Ramsés II e seus homens foram surpreendidos pelo exército Hitita comandado pelo rei Mouwattali com 40 mil guerreiros .  Graças à pronta chegada dos reforços que acompanhavam as forças principais por outra rota, o faraó conseguiu salvar-se, reorganizando as divisões e fazendo os hititas recuarem.  

batalha de Kadesh não teve vencido ou vencedor, e o norte da Síria continuou sob domínio hitita, com os quais o faraó envolveu-se em novo choques posteriormente.

O tratado definitivo entre egípcios e hititas só foi concluído no 21° ano do reinado de Ramsés, já no reinado do rei hitita Hattusil III, irmão de Mouwattali que se apoderou do trono expulsando o filho do antigo soberano. Pelo tratado, Ramsés teve que desposar a filha mais velha do astuto usurpador para selar a nova amizade.

 Nessa época, o faraó já tinha como esposas a bela Nefertari e sua segunda esposa Istnofret, fora as mulheres do harém.

Após a batalha o faraó tratou de se promover. Foi elaborado um  relato dramático sobre a batalha de Kadesh - exaltando a sua coragem e a intervenção de Amon-Rá para defendê-lo. Tal relato foi amplamente divulgado em templos (aparece 3 vezes no templo de Luxor), e em várias cópias em papiro (uma das versões foi compilada por um escriba que deu nome a composição: “poema de Pentaur”).

Para perpetuar essa "propaganda" maciça, Ramsésordenou  que fossem também feitas descrições da batalha nos templos em Abu Simbel  ( A Montanha Pura).

  
  Durante a construção dos dois templos em Abu Simbel , o Grande Templo, em homenagem a Ramsés, e o Pequeno Templo para a esposa Nefertari, centenas de operários tiveram que esculpir todo o templo na rocha de uma colina de arenito, um detalhe admirável, porque qualquer erro grave causaria o afundamento de toda a obra.

  Desenhistas ficaram pendurados por andaimes para desenharem na rocha. Depois vieram os escavadores e esculpiram quatro estátuas colossais de Ramsés II. O santuário interno, escavado em uma sólida rocha, prolongando-se por 55 metros de profundidade, era o lugar mais sagrado do Grande Templo.

 Nele, quatro estátuas, a do faraó e as de três deuses, estão sentadas. Duas vezes por ano, graças aos cálculos dos arquitetos, nos solstícios de verão, época da colheita, à medida que o Sol se levanta, seus raios brilham pelas paredes decoradas com as façanhas sangrentas da batalha de Kadesh e iluminam as estátuas divinas. A construção levou 20 anos.

O faraó construiu também  outros templos afastados de qualquer cidade egípcia, mas que cruzavam o caminho dos estrangeiros. Sua intenção era mostrar a grandiosidade do Egito. Os templos ficam perto da margem do Nilo, ou seja quem subir o Nilo irá ver as estátuas do rei do Egito em seu trono. Ramsés só criou esses templos e outras obras como uma" propaganda" faraônica de seu poder.

Cada templo possuía o seu sacerdote designado pelo faraó que  representava o rei nas cerimônias religiosas cotidianas. Em tese, o faraó deveria ser o único celebrante das cerimônias religiosas diárias que se desenrolavam nos diversos templos espalhados por todo o Egito. Na prática, o grão-sacerdote exercia esse papel. Para alcançar essa posição, tornava-se necessário uma longa educação nas artes e nas ciências, tal como o faraó possuía. Leitura, escrita, engenharia, aritmética, geometria, astronomia, medição de espaços, cálculo do tempo pela ascensão e ocaso das estrelas, faziam parte de tal aprendizado. Os sacerdotes de Heliópolis, por exemplo, tornaram-se guardiãs dos conhecimentos sagrados e ganharam reputação de sábios.

                                
                              Templo Abu Simbel

 Com  o templo de Abu Simbel concluído, o faraó, então, levou sua amada esposa para admirá-los. Ele e Nefertari (sua esposa principal) eram mais que marido e mulher, ela era sua companheira inseparável que o ajudava a governar.

    Mas para desespero do soberano ela morreu pouco depois. Para sua Nefertari construiu um dos mais lindos túmulos do Egito no Vale das Rainhas. E não deixou por menos para seus filhos, construindo um dos maiores túmulos do Egito no Vale dos Reis. Com  sua querida esposa morta e com o passar dos pesados anos Ramsés mudou complemente seu jeito de governar. Ele parou de acompanhar seu exército em batalhas e a se dedicar em construir obras colossais. Passou o comando aos príncipes Ramsés e Khaemwaset, mas ambos morreram antes do pai tal como pelo menos dez outros filhos. Nessa ocasião, Merneptah, o filho mais novo de Istnofret, herdou o trono. 
     Ramsés morreu com aproximadamente 90 anos e gerou pelo menos 90 filhos. Quando estudaram a múmia de Ramsés, viram grandes problemas com seus dentes. Pode ser que tenha morrido por infecção. Sabe-se que nos seus últimos dias sofreu bastante.

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Múmia de Ramsés II


Filhos de Ramsés

Em 1827, John Gardner, um dos fundadores da egiptologia, batizou a tumba KV5 - a quinta tumba encontrada no Kings`Valley, que até 1989 ficou esquecida. 
Quando se pensava que nada mais restava a descobrir no Vale dos Reis, o egiptólogo Dr. Kent Weeks,  professor de Egiptologia na Universidade Americana do Cairo,Weeks começou a cuidar do projeto de mapeamento - Theban Mapping Project e queria mudar a KV5 de lugar , não porque  essa tumba contivesse tesouros - não havia nenhum - , mas por causa da ampliação de uma estrada que passava pela entrada do vale. As obras , provavelmente danificariam qualquer sepultura no caminho. Porém a KV 5 acabou se se revelando como a maior de todas as descobertas.

 Em uma escaldante manhã de 1989, os trabalhadores retiravam os entulhos quando se depararam com uma enorme câmara com 16 pilastras. Weeks e sua esposa Susan examinaram um corredor de 30 metros que possuía várias portas e ao final uma enorme estátua de o deus da vida eterna, Osiris . Contudo, a maior de todas as surpresas estaria por vir: este era o sepulcro coletivo e inviolado de 50 múmias, todas relativas aos filhos do faraó Ramsés II. Escavações posteriores revelaram a existência de mais dois corredores, cada um deles com 16 outras portas seladas. E os arqueólogos acreditam que ainda possa existir um outro nível, situado bem mais profundamente e abaixo deste vasto complexo, onde talvez todas as múmias dos demais filhos  possam vir a ser encontradas.
 CUIDANDO DOS REIS

O  professor Weeks, um dos principais pesquisadores na região, disse que a visita de 9 mil turistas diariamente estava começando a destruir as pinturas e tecidos dos túmulos que antes foram ocupados por Ramsés II, Seti I e Tutancâmon.
Os túmulos são iluminados por lâmpadas de 40 watts, aumentando a temperatura no que foram durante 30 séculos sagrados corredores escuros. Quatrocentos turistas ou mais por dia deixam para trás 28 mililitros de umidade - cerca de duas colheres de sopa - provenientes de respiração.
O Vale dos Reis é hoje um dos maiores pontos turísticos do Egito e o país espera que o número total de visitantes aumente na próxima década para 14 milhões por ano. O professor Weeks e seus colegas egípcios pretendem testar novas tecnologias de iluminação e criar ingressos com tempo limitado para visitas a qualquer túmulo.


 Bibliografia

National Geographic

Coleção sobre Ramsés de Christian Jacq
Editora Bertrand Brasil e National Geographic (edição especial: antigo Egito) 

  


VALE A PENA VER:


textos e fotos dos principais monumentos na margem oeste da antiga Tebas, incluindo as diversas tumbas dos faraós no Vale dos Reis. Em inglês, francês, alemão e italiano.

Fonte:http://www.caiozip.com/ramses.htm




Ramsés II foi o terceiro faraó da XIX dinastia egípcia, uma das dinastias que compõem o Império Novo. Reinou entre aproximadamente 1279 a.C. e 1213 a.C. O seu reinado foi possivelmente o mais prestigioso da história egípcia tanto no aspecto económico, administrativo, cultural e militar. Foi também um dos mais longos reinados da história egípcia. Houve 11 Ramsés no reino do Egito, mas apenas ele foi chamado de Ramsés, o Grande.



Ramsés II
Ramsés, o Grande

Estátua de Ramsés em Abu Simbel
Faraó do Egito
Reinado1279 a 1213 a.C., 
PredecessorSeti I
SucessorMerneptá
Esposa(s)NefertariIsetnefert,MaathorneferuréMeritamon, Bentanath, Nebettawy, Henutmire
FilhosAmen-herkhepeshef
Ramsés
Pareherwenemef
Khaemuaset
Merneptá
Meryatum
Bentanath
Meritamon
Nebettawy
PaiSeti I
MãeTuy
Nascimentoc. Década de 1300 a.C.
Falecimento1213 a.C.
TumbaKV7Vale dos Reis

Vida familiar


Representação de Ramsés enquanto criança
Ramsés II era filho do faraó Seti I e da rainha Touya. A família de Ramsés não era de origem nobre: o seu avô, Ramsés I, era um general de Horemheb, o último rei da XVIII dinastiaque o nomeou seu sucessor.
Aos dez anos Ramsés recebeu o título de "filho primogénito do rei", o que correspondia a ser declarado herdeiro do trono. Seu pai introduziu-o no mundo das campanhas militares quando era ainda adolescente e Ramsés acompanhou-o contra os Líbios e em campanhas em Canaã e Sinai.

Esposas e filhos

Julga-se que pelo menos dez anos antes da morte do pai, Ramsés já era casado com Nefertari e Isitnefert. A primeira seria a mais importante e célebre das várias esposas que Ramsés teve na sua vida, tendo sido a grande esposa real até sua morte, no ano 24 do reinado de Ramsés. Nefertari, que possui o túmulo mais famoso do Vale das Rainhas, deu à luz o primeiro filho de Ramsés, Amenófis, conhecendo-se pelo menos mais três filhos e duas filhas de ambos. As pesquisas documentam seis filhos com Nefertari.
Isetnefert é menos conhecida que Nefertari, estando sua presença melhor atestada no Baixo Egipto. Com ela, Ramsés teve um filho que partilhava o seu nome, para além dos príncipes Khaemuaset e Merneptá (este último tornou-se seu sucessor devido à morte prematura dos filhos mais velhos de Ramsés). Khaemuaset foi sumo-sacerdote de Ptah na cidade de Mênfis e foi responsável pela organização das festas Sed celebradas em honra do pai. A festa Sed celebrava-se em geral no trigésimo aniversário de reinado do faraó e visava simbolicamente regenerar o seu poder; sabe-se que Ramsés celebrou catorze festas deste tipo, a primeira no ano 30, as seguintes num intervalo de cerca de três anos e no final da sua vida celebrou várias praticamente a cada ano. Khaemuaset era um amante de antiguidades e dedicou-se a mandar restaurar vários edifícios. Foi também responsável por mandar construir galerias subterrâneas em Sakara, onde eram sepultados os bois de Ápis.
Ramsés foi também casado com sua irmã mais nova Henutmiré (segundo alguns autores seria sua filha em vez de irmã) e com três das suas filhas, MeritamonBentanat e Nebet-taui. Após a paz com os hititas, Ramsés recebeu uma filha do rei Hatusilli III como presente. Com ela casou no ano 34 do seu reinado. Seu nome hitita é desconhecido, mas sabe-se que adoptou o nome egípcio deMaathorneferuré. Sete anos depois desse casamento, esposou outra princesa hitita, sobre a qual nada se sabe.

Campanhas militares

Batalha de Kadesh

Ramsés sucedeu ao pai em 1279 ou 1278. No plano internacional os hititas, que viviam no que é hoje a Turquia, surgem como rivais do império egípcio no corredor sírio-cananeu.
No ano 4 do seu reinado, Ramsés conduz uma expedição militar exploratória que alcança a Fenícia. No rio Cão, perto da moderna Beirute, manda erguer um estela, cujo texto é hoje ilegível.
No ano seguinte inicia-se a guerra propriamente dita com os hititas. Ramsés atravessa a fronteira egípcia em Sila e um mês depois chega aos arredores da cidade de Kadesh, perto do rio Oronte, com o objectivo de expulsar os hititas do norte da Síria.
O exército egípcio estava dividido em quatro unidades, que receberam o nome de um deus da mitologia egípciaAmonPtah e Set. O exército aguardou nos arredores de Kadesh, desejoso por cercar a cidade. Dois hititas que se apresentam como desertores (mas que na realidade eram espias), enganam os egípcios, afirmando que os hititas ainda estão bem longe de Kadesh. Ramsés decide então avançar com a unidade Amon que lidera, desconhecendo que os hititas estavam escondidos a leste de Kadesh. Subitamente, a unidade Amon é cercada pelos hititas.
Segundo o relato egípcio, o "Poema de Kadesh" gravado nas paredes dos templos de KarnakLuxorAbidosAbu Simbel e no Ramesseum, Ramsés é abandonado pelos soldados e, sozinho na sua carruagem, fica frente a frente dos hititas. O rei, desolado por ter sido abandonado, faz uma prece a Amon, lamentando-se por seu destino. Amon escuta sua prece e Ramsés transforma-se em guerreiro todo-poderoso que enfrenta completamente sozinho os hititas.
A realidade, porém, encontra-se distante desse relato irreal ao serviço da propaganda faraónica. Julga-se que os egípcios foram obrigados a recuar, não tendo tomado Kadesh, mas os reforços chegaram a tempo de o salvar.
Nos próximos anos do reinado continuam os combates com os hititas na Síria Palestina. No ano 16 do reinado de Ramsés, Mursili III, filho mais novo de Muwatalli II, foi deposto pelo seu tio Hatusilli III. Após várias tentativas de recuperar o trono, Mursili foge para o Egipto. Hatusilli III exigiu a sua deportação imediata, mas como essa foi recusada por Ramsés, os hititas mantinham mais um motivo para continuar com sua hostilidade.
No ano 21 do reinado de Ramsés, um tratado de paz procurou terminar o conflito. Esse tratado é conhecido nas suas duas versões, a hitita, escrita em tabuinhas de argila em cuneiforme babilónio e encontrada em Boghaz-Koi e a egípcia, gravada em duas estelas em Tebas. As razões para o tratado estariam relacionadas não só com a não resolução do conflito, mas também com o receio que gerava a ascensão da Assíria. Nos termos do tratado os dois impérios prometem ajudar-se em caso de agressão externa e dividem zonas de influência: Canaã e Sinai ficam sob domínio egípcio e a Síria, para os hititas.

Monumentos

Ramsés é o faraó que deixou o maior legado em termos de monumentos. O soberano apropriou-se de obras de faraós do passado (incluindo dos faraós do Império Antigo, mas sobretudo do faraó Amenófis III), que apresentou como suas, mandou concluir edifícios e lançou as suas próprias obras. Entre as obras concluídas por Ramsés II encontram-se a sala hipóstila do templo de Karnak em Tebas e o templo funerário do seu pai em Abidos.

Yul Brynner comoRamsés II, em uma cena do filme Os Dez Mandamentos (1956).
Foi também Ramsés um dos responsáveis pela destruição dos templos da cidade de Amarna, que eram os últimos vestígios da era de Aquenáton, faraó que pretendia fazer de Aton a divindade suprema. Os blocos de pedra destas estruturas foram reutilizados na cidade de Hermópolis Magna, situada na margem oposta de Amarna.

Pi-Ramsés

Pi-Ramsés ou Per-Ramsés ("A Casa de Ramsés") foi a capital do Egipto durante o reinado de Ramsés e até ao fim da XX dinastia. Não foi descoberta até ao momento a localização exacta da cidade, mas sabe-se que era na região oriental do Delta.
A cidade foi erguida sobre uma aglomeração fundada por Seti I no começo do reinado de Ramsés. Para lá são transferidos obeliscos e nela se erguem templos dedicados às principais divindades egípcias, como Amon, Ré e Ptah. Dois séculos depois as suas estátuas e obeliscos da cidade foram transferidas para Tânis, a nova capital da XXI dinastia.
As razões que explicam esta mudança de capital são as raízes familiares do faraó na região do Delta, para além da sua localização estar mais próxima do principal centro de intervenção militar desta época, a Síria-Palestina, que separava o Egito dos hititas.

Templos na Núbia


Grande templo de Abu Simbel
Na Núbia Ramsés mandou construir vários templos. Dois dos mais famosos, escavados na rocha, encontram-se em Abu Simbel, perto da segunda catarata do Nilo.
O maior destes dois templos (Grande Templo ou Templo de Ramsés) penetra sessenta metros na rocha. É dedicado a Ramsés, associado a Amon-Ré, Ptah e Ré-Horakhti). Possui na entrada quatro estátuas de Ramsés com mais de 20 metros de altura, que o retratam em diferentes fases da sua vida. Passada a entrada do templo encontra-se um sala hipóstila onde se acham oito estátuas de Osíris. A versão egípcia da Batalha de Kadesh está representada no templo. O segundo templo (Pequeno Templo), a norte do Grande Templo, é dedicado a Nefertari (associada a Hathor). Na sua fachada encontram-se quatro estátuas de Ramsés e duas de Nefertari.
Em 2013, durante escavações a leste do Grande Templo, uma equipe de arqueólogos egícios e alemães descobriu uma estátua de Ramsés II, no templo da deusa Bastet, com 1,95 m de altura e 1,60 m de largura, de granito vermelho. Na parte trazeira da figura, há hieroglifos com o nome de Ramsés II. O templo de Bastet está localizado na colina de Bubastis, um dos sítios arqueológicos mais antigos do país, a cerca de 85 km a noroeste do Cairo, onde foram descobertos objetos que datam da IV dinastia (de 2630 a 2500 a.C.). Além da estátua de Ramsés II, os arqueólogos encontraram a estátua de um alto funcionário do governo egípcio do período da dinastia XIX, com 35 cm de altura, feita de arenito.
Abu Simbel permaneceu soterrada pelas areias do deserto até 1812, ano em que foi descoberta por Jean-Louis Burckhardt. A construção da grande barragem de Assuão alterou o nível das águas do Nilo, razão pela qual os templos foram desmontados, cortados em 1036 blocos e montados num local mais alto entre os anos de 1964 e 1968, numa campanha internacional promovida pela UNESCO.
Em Uadi es-Sebua Ramsés mandou construir um novo templo dedicado a Ré e a si próprio. Na direcção dos trabalhos esteve Setau, vice-rei da Núbia, que recrutou homens das tribos locais para a construção. No mesmo local Ramsés ordenou a reconstrução de um templo erguido por Amenófis III que fora danificado durante a era de Amarna.

Ramesseum


Sala hipóstila do Ramesseum
O templo funerário de Ramsés é conhecido como o Ramesseum. Situado na margem ocidental de Tebas estava dedicado ao deus Amon e ao próprio faraó, encontrando-se hoje num estado bastante deteriorado. O templo era famoso pela estátua colossal de Ramsés em posição sentada (da qual apenas restam fragmentos). Nas paredes do templo foram representados eventos como a Batalha de Kadesh e a celebração da festa do deus Min, assim como uma procissão dos numerosos filhos do faraó. No local foi descoberto um papiro que continha a obra literária "Conto do Camponês Eloquente" e textos de carácter médico.

Morte

Ramsés faleceu no ano 67 do seu reinado, quando já teria mais de noventa anos. O Egipto conseguiu continuar a exercer controle sobre Canaã e Sinai até a parte final da XX dinastia.
O túmulo de Ramsés foi construído no Vale dos Reis (KV7), necrópole de eleição dos faraós do Império Novo, tendo sido preparado pelo seu vizir do sul, Pasar. Embora seja maior que o túmulo do seu pai, o túmulo não é tão ricamente decorado e encontra-se hoje danificado. Do seu espólio funerário restam poucos objectos, que estão espalhados por vários museus do mundo.
múmia do faraó foi encontrada num túmulo colectivo de Deir el-Bahari no ano de 1881. Em 1885 a múmia foi colocada no Museu Egípcio do Cairo onde permanece até hoje. Em 1976 a múmia de Ramsés realizou uma viagem até Paris onde fez parte de uma exposição dedicada ao faraó e onde foi sujeita a análises com raios X. Na capital francesa uma equipe composta por cento e dez cientistas foi responsável por tentar descobrir as razões pelas quais a múmia se degradava progressivamente. Os cientistas atribuíram esta degradação à acção de um cogumelo, o Daedela Biennis, que foi destruído com uma irradiação de gama de cobalto 60. As análises revelaram que Ramsés sofria de doença dentária e óssea.

Curiosidades

Em 1976, a múmia do Faraó Ramsés precisou ser levada a Paris, onde foi tratada contra uma infestação de fungos. Nessa ocasião, foi providenciado um passaporte para a múmia em que constava sua ocupação: "Rei falecido". Chegando à França, ao desembarcar no aeroporto de Le Bourget, em Paris, a múmia de Ramsés foi pomposamente saudada com honras militares destinadas a monarcas e chefes de estado. 

Titulatura

Como se fazia no Antigo Egito, Ramsés tinha um série de nomes que compunham a sua titulaturaRamsés é o seu nome de nascimento e significa "nascido de " ou "filho de Rá". O seu prenome, isto é, o nome que este assumiu quando se tornou faraó foi Usermaet-rá Setepenrá, o que é traduzido como "Poderosa é a justiça de Rá - Escolhido por Rá".
Nome de Sa-Rá1
Hieroglifo

G39N5
Z1

<
M17Y5
N35
N36
N5
Z1
F31S29M23
>
TransliteraçãoRˁ-ms-sw Mr(y)-Jmn
Transliteração(ASCII)Ra-ms-sw Mer(y)-Imn
TranscriçãoRamessessu (Ramsés) Meiamun
Tradução"Nascido de  (Ramsés), amado de Amon."
Nome de Nesu-bity1
Hieroglifo

M23
X1
L2
X1

<
N5F12C10N5 U21
N35
>
TransliteraçãoWsr-Mȝˁ.t-Rˁ Stp-n-Rˁ
Transliteração(ASCII)Wsr-mAat-ra Stp-n-ra
TranscriçãoWasermaar-rá Setepenrá
Tradução"Poderosa é a justiça de Rá. O escolhido de Rá."
Nome de Hórus
Hieroglifo
G5

E1
D44
P11
X1
C10U6M17M17
Srxtail.jpg
Transliteraçãokȝ-nḫt mrj-Mȝˁ.t
Transliteração(ASCII)kA-nkht mri-mAat
transcriçãoKanakht Merimaat
Tradução"O touro poderoso amado de Maat."

Citações na literatura

Referências

  1. ↑ Ir para:a b Grandes Impérios e Civilizações - O Mundo Egípcio, Vol. 1, pg. 37 - tradução:Maria Emília Vidgal, 1996 Edições Del Prado (Portugal e Brasil), ISBN 87-7838-736-6

Bibliografia

Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Ramses_II

Ligações externas

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Precedido por
Seti I
Faraó
19ª Dinastia
Sucedido por
Merneptá

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